segunda-feira, 29 de junho de 2020

Cláudio Basto e Camilo
[Continuação]


03. Três cartas de Camilo

Cláudio Basto1, depois da reprodução da segunda carta de Camilo para Tomás Branco, sublinha o estado de «desesperança» do escritor, manifestado no «começo» e no «final» dessa carta, datada de 05 de dezembro de 1868. Estado esse que o médico, professor e investigador vianês volta a encontrar «fortemente» presente, na seguinte carta, ainda que «breve e intensa, de consolação a Henrique Guilherme Tomás Branco, pelo falecimento de uma filha».2


Eis, assim, a última das Três Cartas de Camilo que, no opúsculo com este título, Cláudio Basto publicou, em 1917, «por gentil assentimento» de Alfredo Ernesto Dias Branco, filho do destinatário destes autógrafos, amigo e contemporâneo do escritor.3

03.4. Carta III4


Procedendo-se a uma leitura comparativa entre o autógrafo e a sua transcrição, verifica-se que Cláudio Basto nem sempre respeitou o manuscrito. A nível da grafia, lê-se «carro», no original, e «carrro», na sua cópia. Erro tipográfico, certamente. E Camilo não deixou os espaços que se veem, no final da carta transcrita, nem escreveu «Br.co» o seu apelido Branco, mas somente «Br».
Assinalam-se estas minudências, porque o estudioso vianês, em «Notas Camilianas I», assinala – com justiça, sublinhe-se – que Silva Pinto, ao transcrever uma carta recebida de Camilo, num dos seus livros, «não respeitou a ortografia do Romancista, e em nada as suas abreviaturas.» E comenta, logo de seguida: «Quando se reproduzem cartas, ao menos pela primeira vez, convém fazê-lo escrupulosamente, copiando com toda a fidelidade.» Ora, Cláudio Basto sabia que estava a reproduzir, «pela primeira vez», estas Três Cartas de Camilo. Recorde-se que o «folheto» foi editado em outubro de 1917 e que artigo «Notas Camilianas I» tinha saído na revista Lusa, em abril do mesmo ano.5

Transcreve-se, de seguida, a carta III, com ortografia e pontuação atualizadas, e abreviaturas desenvolvidas. Uma chamada, para a nota correspondente, será colocada entre chavetas, por não constar do autógrafo nem da sua transcrição por Cláudio Basto. Dado não corresponder, assim, inteiramente à leitura que o investigador vianês reproduz em Três Cartas de Camilo, a cópia seguinte vai no tipo «palatino linotype» e em itálico, inclusive a palavra sublinhada.

Meu prezado amigo!

Este escalavrado carro da minha vida roda pela ladeira da desgraça, e não há já travão que o sustenha. Estou agora assistindo à agonia da minha neta, uma criança de 16 meses, que morre tísica como a mãe. Meu filho, que ainda não tem 20 anos, está ameaçado de igual enfermidade. Esta casa é um centro de amarguras negras onde não entra raio de luz de esperança.
Que há de esperar um velho, tendo, como consolação, um filho alienado? Compara-te, e consola-te, meu bom amigo.

Teu do coração,{6}

Camilo C. Branco


Cláudio Basto termina a sua reprodução deste documento camiliano, comentando:

Esta carta não tem data, mas, escrita durante a agonia da neta, isto é, num dos treze dias que decorreram da morte da mulher de Nuno (31 de Agôsto de 1884) à da filha, – que todo esse tempo esteve a pequenina Maria Camila a resvalar para a morte –, é de Setembro de 1884 (1). – O filho que ainda não tinha 20 anos era o Nuno; fazia-os, porém, no dia 15 dêsse mês.
Nesta carta se reflecte, em uma síntese dolorosa, a má fortuna que entrou no lar do sensível Romancista, tornando-lho em «um centro de amarguras negras onde não entra raio de luz de esperança»!{7}

_________________________

 (1) A neta foi enterrada no dia 14 de Setembro.


O investigador vianês conclui a edição do opúsculo Três Cartas de Camilo, registando, por um lado, o interesse desta sua publicação, como sério contributo para «a memória do imortal Escritor». Reafirma, por outro, o seu agradecimento ao proprietário dos manuscritos, pela autorização da «reprodução zincográfica» dos três manuscritos:

Não carecem de comentários as três cartas de Camilo que ilustram estas páginas.
Achei-as, quando as conheci, excelentes e dignas de publicidade; o Sr. Tenente-coronel Alfredo Ernesto Dias Branco teve logo a penhorante amabilidade de me permitir a sua reprodução zincográfica para que fôssem divulgadas em folheto. Essa amabilidade, agradeço-a agora mais uma vez, públicamente, - pelo que ela me cativou e por me dar aso a honrar, se bem que muito modestamente, a memória do imortal Escritor em cujo halo esplendoroso escabeceiam uns vistosos literatos de moeda fraca – e falsa…{8}

Viana-do-Castelo, Outubro de 1917.

CLÁUDIO BASTO


No próximo apontamento (03.5.), dar-se-á início à transcrição, integral e anotada, de Uma explicação (Por causa das três cartas de Camilo), texto publicado, em novembro de 1917, na revista Lusa e em separata, bem como, no jornal República, em dezembro do mesmo ano. Na origem deste artigo, está uma crítica saída neste periódico, onde o «criticador» do «folheto», segundo se infere da réplica bastiana, terá ofendido a dignidade ética e intelectual do investigador vianês. Ofensas que levaram Cláudio Basto a explicar, sem cuidar cortesias verbais, ao arroteado jornaleirista e aos seus leitores, as razões e os objetivos da edição de Três Cartas de Camilo.9 Como se lerá.


Notas e referências

Resumo biobibliográfico e outras referências a Cláudio Basto, em «0. Introdução», AQUI. Sob o título genérico de «Cláudio Basto e Camilo», foram já publicados, neste blogue, além do referido, os seguintes apontamentos:
- «01. – “Notas Camilianas – I”», AQUI.
- «02. – “Notas Camilianas – II”», AQUI.
- «03. – «Três cartas de Camilo» e «03.1. – “Três cartas de Camilo”: “notícia informativa”», AQUI.
- «03. – «Três cartas de Camilo» e 03.2. – «Carta I», AQUI.
- «03. «Três cartas de Camilo» e 03.3. «Carta II», AQUI.

2  (Re)ler BASTO, 1917a: 11 ou AQUI. Recorde-se que, em rodapé, Cláudio Basto anota: «Na gravura não foi reproduzida a tarja negra do papel.»

3  (Re)ler BASTO, 1917a: 05 e/ou AQUI.

4  Utiliza-se, na cópia integral e fiel desta parte do referido opúsculo, o tipo «arial», a fim de ser visivelmente melhor reconhecida. Cláudio Basto volta a escrever, como na transcrição das cartas I e II, o «q sem til», como advertira, «por não haver na tipografia q tilado». [(Re)ler BASTO, 1917a: 06, nota 2) e/ou AQUI] Entre chavetas, colocar-se-ão chamadas para notas consideradas pertinentes. A carta III encontra-se em BASTO, 1917a: 12 (zincogravura do autógrafo) e 13 (transcrição do manuscrito, seguida de comentário, conclusão, data e nome do autor). A reprodução do autógrafo, neste apontamento, apresenta-se, todavia, em paralelo (zincogravura vs. transcrição), a fim de se facilitar a sua leitura comparativa.

(Re)ler BASTO, 1917: 13 e/ou AQUI. Sobre a vianesa revista Lusa, (re)ler VIANA & BARROSO, 2009: 348-349.

{6}  Sobre o uso desta forma de tratamento por Camilo, na sua correspondência, (re)ler AQUI, nota 11.

{7}  Sobre tópicos biográficos de Camilo e seus descendentes, referidos por Cláudio Basto, neste parágrafo, (re)ler AQUI e, em particular, as notas 4, 11 e 12, bem como ilustrações e referências bibliográficas aí indicadas.

{8}  Alfredo Ernesto Dias Branco era, como se disse acima, filho de Henrique Guilherme Tomás Branco, amigo e contemporâneo de Camilo. Sobre as relações de amizade e convívio, desde a juventude, entre Camilo e Tomás Branco, (re)ler AQUI, nomeadamente a nota 2, e AQUI.

9  O artigo em causa «foi publicado no diário lisbonense “República”, n.º 2484, de 16 - dezembro - 1917», lê-se em BASTO (org.), 1948: 19. Apesar das diligências feitas, o autor deste apontamento ainda não teve possibilidade de consultar este exemplar do referido jornal, nem aquele onde foi publicada, muito provavelmente, a crítica do articulista. (Re)ler AQUI, nota 9.


Bibliografia [grafia atualizada]

BASTO, Cláudio, 1917: «Notas Camilianas – I», em Lusa [Ano I, n.º 2, de 01/04, Vol. I]. Viana do Castelo, p. 13.
------------, 1917a: Três Cartas de Camilo. Viana do Castelo: Lusa.
------------, 1917b: «Uma explicação (Por causa das três cartas de Camilo)»,em Lusa [Ano I, n.º 19, Vol. I]. Viana do Castelo, pp. 149-150.
------------, 1917c: Uma explicação (Por causa das três cartas de Camilo). Viana do Castelo: Lusa. (Separata de BASTO, 1917b. «O mesmo artigo foi publicado no diário lisbonense “República”, n.º 2484, de 16-Dez.-1917». BASTO, 1948: 9).
------------, 1918: «Notas Camilianas – II», em Lusa [Ano II, n.º 41 e 42, de 15/11 e 01/12), Vol. II. Viana do Castelo, pp. 137-138.
BASTO, Hermínia (org.), 1948: Miscelânea de Estudos à Memória de Cláudio Basto. Porto.
VIANA, Rui & BARROSO, António José, 2009: Publicações Periódicas Vianenses. Viana do Castelo: Câmara Municipal de Viana do Castelo.

quinta-feira, 18 de junho de 2020


Cláudio Basto e Camilo
[Continuação]


03. Três cartas de Camilo

Continua-se a apresentação – anotada – de artigos que Cláudio Basto, médico, professor e investigador vianês1, dedicou a Camilo.


 Neste apontamento, reproduz-se a cópia integral da transcrição que Cláudio Basto faz da segunda carta que Camilo dirigiu ao seu amigo e contemporâneo Henrique Guilherme Tomás Branco.


03.2. Carta II

A segunda carta é recomendação. Ajunta à simplicidade grata da forma – digna delicadeza. Ei-la{2}:


Transcreve-se, de seguida, esta carta, com ortografia e pontuação atualizadas, abreviaturas desenvolvidas, e chamadas para notas consideradas pertinentes, entre chavetas, por não constarem do autógrafo nem da sua transcrição feita de Cláudio Basto. Por não corresponder, assim, completamente à leitura que o investigador vianês reproduz em Três Cartas de Camilo, utiliza-se o tipo «palatino linotype», em itálico:

Meu amigo!
Este nome que te dou já vem de 1849. Dezanove anos, meu Branco! O que lá nos fica! Mocidade, alegria, ilusões, forças, crenças, tudo!
De anos a anos te vejo de relance, e apenas tenho tido tempo de ver em ti um dos raros rapazes que restam da plêiade da nossa alegre juventude.{3} Eu passo a maior parte do ano rusticando entre uns pinhais do Minho; a outra parte flanando ociosamente nas praças de Lisboa. Para lá vou no fim deste mês, onde me tens como criado e amigo.{4}
Um meu primo, Pedro Pinto Castelo Branco, empregado na tua secção, ou como se chama, carece da tua benevolência para que lhe não tirem esse pequeno provento de que depende. Rogo-te que sejas amigo dele, e lances à minha conta os obséquios que lhe fizeres. Não duvidei instar a tua benquerença a favor dele, confiado em que tu serás para ele o que eu seria, dadas iguais circunstâncias, para um teu afilhado.{5}
{6}
Sê feliz, se podes, e manda
                            o teu velho amigo,

Vila Nova de Famalicão, 05 de dezembro de 1868.

                                                         Camilo Castelo Branco.


Cláudio Basto termina esta parte do seu «folheto», tecendo um brevíssimo comentário sobre o estado psicológico de Camilo:

A desesperança, que se trai no começo desta carta e na eloquente frase do seu final «sê feliz, se podes», vinca-se fortemente nestoutra, breve e intensa, de consolação a Henrique Guilherme Tomás Branco, pelo falecimento de uma filha (1) […].
_____________________

(1) Na gravura não foi reproduzida a tarja negra do papel.


À reprodução desta carta de Camilo, segu(i)ndo a reprodução e leitura de Cláudio Basto, em Três Cartas de Camilo, será dedicado o próximo apontamento.


 Notas e referências

Resumo biobibliográfico e outras referências a Cláudio Basto, em «0. Introdução» AQUI. Sob o título genérico de «Cláudio Basto e Camilo», foram já publicados, neste blogue, além do referido, os seguintes apontamentos:
- «01. – “Notas Camilianas – I”», AQUI.
- «02. – “Notas Camilianas – II”», AQUI.
- «03. - «Três cartas de Camilo» e «03.1. – “Três cartas de Camilo”: “notícia informativa”», AQUI.
- «03.  «Três cartas de Camilo» e 03.2. – «Carta I», AQUI.

{2}  O artigo de Cláudio Basto é copiado, neste apontamento, na sua versão integral, se bem que fragmentado em trechos, a que se dará a necessária conexão. Utiliza-se, na sua transcrição, para ser visivelmente melhor reconhecido, o tipo «arial». A carta encontra-se reproduzida em BASTO, 1917a: 09-10 (fac-símile zincogravado do autógrafo) e 11 (transcrição do mesmo). Cláudio Basto volta a escrever, como na transcrição da carta I, o «q sem til» advertiu «por não haver na tipografia q tilado».
(Re)ler BASTO, 1917a: 06 e/ou AQUI.
A carta II, ocupa páginas distintas. Apresenta-se, todavia, como no apontamento anterior, em paralelo (zincogravura vs. transcrição), a fim de se facilitar a sua eventual leitura comparativa.

{3}  Sobre as relações de Camilo com o destinatário desta carta, seu amigo e contemporâneo, desde a juventude, (re)ler AQUI, nomeadamente a nota 2.

{4}  No seu excelente Dicionário, sobre a vida e a obra (ativa e passiva) de Camilo, Alexandre Cabral regista, entre os dados referentes ao ano de 1868: «[…] Deslocações a Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, provavelmente por causa da sua atividade de bibliófilo/antiquário», para cuja entrada/verbete remete.
(Re)ler CABRAL, 20032: «CRONOLOGIA», 279.

{5}  O «primo», para quem Camilo pede a manutenção do emprego, a Tomás Branco,  na «secção» de que era «diretor de obras públicas» ‒ a exercer o cargo, então, em Vila Real, desde 1865 ‒ não se chamava «Pedro», mas sim Isidoro. Cláudio Basto não leu corretamente o nome. Analisado, com atenção, o grafema camiliano, verifica-se que o «P» maiúsculo, inicial do nome próprio «Pedro», não é igual ao «P», inicial do apelido Pinto.
Os estudos sobre os familiares de Camilo, em 1917, por outro lado, ainda não tinham alcançado o desenvolvimento e a divulgação que vieram a verificar-se depois, sobretudo com a aproximação do primeiro centenário de nascimento do escritor (1925). O investigador desconheceria, certamente, que Camilo tinha um primo chamado Isidoro.
Isidoro Pinto Castelo Branco era filho de Rita Emília da Veiga Castelo Branco (1776-1874) e da sua relação marital com João Pinto da Cunha (1795?-1850), que viria a ser o seu segundo marido. Casaram-se em 22/03/1846, dia em que Isidoro e o seu irmão, primogénito, Manuel Maria, nascido em 1826, foram «reconhecidos e legitimados», até então «registados como filhos de pais incógnitos».
(Re)ler CABRAL, 20032: «CASTELO BRANCO, Rita Emília da Veiga», 193-194; e id.: «CUNHA, João Pinto da», 282-283.
Recorde-se que em 1836, depois de ter ficado órfão também de pai em 22/12/1835 ‒ de mãe já o era desde 06/02/1827 ‒, Camilo e a sua irmã Carolina Rita, mais velha do que ele quatro anos, foram remetidos para Vila Real, sendo entregues aos cuidados desta tia, então ainda amante de João Cunha, como seus tutores e administradores dos bens (propriedades e dinheiro) herdados de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco.
(Re)ler, além das entradas/verbetes acima referidas/os, entre outras/os aí referenciadas/os, em id.: «BIOGRAFIA», 95; «CASTELO BRANCO, Carolina Rita Botelho», 183-185; «CASTELO BRANCO, Manuel Joaquim Botelho», 189-190; «CRONOLOGIA» [anos de 1825 a 1840], 274; «BOTELHO, Domingos José Correia», 105-106; «MÃE DE CAMILO», 468-469; «VILA REAL», 819-821.
E, além das várias biografias de Camilo, entretanto publicadas, é de (re)ler, também, CLÁUDIO, 2006. Nesta obra, Mário Cláudio romanceia a infância e os antepassados de Camilo, alcunhados de «Brocas», em Vila Real.

{6}  Na sua transcrição, Cláudio Basto não respeitou este espaço.
  

Bibliografia [grafia atualizada]

BASTO, Cláudio, 1917: «Notas Camilianas – I», em Lusa [Ano I, n.º 2, de 01/04, Vol. I]. Viana do Castelo, p. 13.
------------, 1917a: Três Cartas de Camilo. Viana do Castelo: Lusa.
------------, 1918: «Notas Camilianas – II», em Lusa [Ano II, n.º 41 e 42, de 15/11 e 01/12), Vol. II. Viana do Castelo, pp. 137-138.
CABRAL, Alexandre, 20032: Dicionário de Camilo Castelo Branco (2.ª ed. «revista e aumentada»). Lisboa: Caminho. [1.ª ed., 1989]
CLÁUDIO, Mário, 2006: Camilo Borca (romance). Lisboa: Dom Quixote.

domingo, 14 de junho de 2020


Cláudio Basto e Camilo
[Continuação]


    03. Três cartas de Camilo

Continua-se, neste apontamento, a apresentação – anotada – de artigos que Cláudio Basto, médico, professor e investigador vianês, dedicou a Camilo1.


Neste apontamento, em 03.2., copia-se, integralmente, a transcrição que Cláudio Basto faz da primeira carta que Camilo dirigiu ao seu amigo e contemporâneo Henrique Guilherme Tomás Branco2, com o objetivo de confirmar e/ou obter informações sobre José Maria Dias Guimarães3, amigo e contemporâneo de ambos.
Tomás Branco e Dias Guimarães, jovens estudantes na Academia Politécnica do Porto4, nos anos finais de quarenta de oitocentos, foram condiscípulos e parceiros de Camilo, também das noites da boémia portuense, e atores na representação das suas peças Agostinho de Ceuta e Marquês de Torres Novas.5
À biografia de Dias Guimarães, sempre dramática, tanto nos seus aspetos positivos como sobretudo negativos, desde a juventude, de galã sedutor, a nível pessoal e artístico, no convívio social e em palcos do Porto, até à velhice e morte, mendigo e alcoólico, no Brasil, dedica Camilo a «crónica mensal de literatura amena» que, com o subtítulo de «Ruínas / O Dias da Feira», publicou no fascículo V de Serões de S. Miguel de Seide. «Crónica» onde, depois de referir «os que já estão mortos», nomeia, entre os seus atores ainda vivos, «o Henrique Guilherme Tomás Branco que dirige as obras públicas do Porto».6

Regressando-se ao principal objeto (e objetivo) deste apontamento, é de referir que, depois da «notícia informativa»7, Cláudio Basto introduz, sumariamente, cada uma das três cartas. Reprodu-las, em seguida, em fac-símile (zincogravura), fazendo, logo depois, a sua transcrição em letra tipográfica, respeitando, todavia (na medida das condições técnicas então existentes), grafia e linhas manuscritas do autógrafo. Termina com um breve comentário, sobre cada uma das cartas.
Começa, logicamente, pela apresentação da

03.2. Carta I8

As três cartas que se vão ler nada teem, como disse, que embace o brilho do glorioso nome de Camilo{9}.
A primeira, a pedir esclarecimentos para um trabalho literário, é como se segue (2):
______________________________
   (2)  Vai q sem til, na transcrição, por não haver na tipografia q tilado.



Transcreve-se, de seguida, a carta, com ortografia e pontuação atualizadas, e abreviaturas desenvolvidas. Por não corresponder, assim, completamente à leitura que o investigador vianês reproduz no seu «folheto», transcreve-se em tipo «palatino linotype» e itálico, incluindo o sublinhado:

Meu prezado amigo!

Estou coligindo reminiscências de coisas e pessoas da nossa mocidade. Tens de repetir uns esclarecimentos que me deste, há 3 anos. Disseste-me que encontraras, em Trás-os-Montes, numa feira, o Dias Guimarães (o Dias da Feira), teu condiscípulo ou contemporâneo, na Politécnica. Este desgraçado morreu, no Rio de Janeiro, em dezembro de 1884, mendigo e escalavrado pela doença e pela embriaguez.
Dize-me tu, em que ano o viste? Em que feira? Em que negociava? Como trajava ele, e que depreendeste do seu estado intelectual? Recordas algumas das suas expressões?
               
Se não te custar, responde ao teu velho amigo,

Camilo Castelo Branco

Teu do coração, 22/01/188611


Feita a reprodução desta primeira carta que Camilo escreveu a Tomás Branco, Cláudio Basto comenta:

Os esclarecimentos, porventura fornecidos, foram, naturalmente, aproveitados no V volume dos SEROENS DE S. MIGUEL DE SEIDE, nas páginas consagradas a o Dias da Feira (Capítulo CCCXCIX das «minhas memorias d’alem túmulos» - Ruinas) (1), as quais teem a data de Janeiro de 1886, mês em que também a carta foi escrita. Aí, nesse capítulo, se encontra, a pág. 12, citado «o Henrique Guilherme Thomaz Branco que dirige as obras publicas do Porto» como um de «os que vivem dos executores de alta justiça n’esses meus patíbulos» (pág. 11), como Camilo diz recordando a representação de peças teatrais suas.
_________________________
(1) Pôrto 1886, págg. 7-22. {12}


O próximo apontamento será dedicado à transcrição, anotada, da carta II por Cláudio Basto, cópia do autógrafo que Camilo dirigiu, em 5 de dezembro de 1868, também a Henrique Guilherme Tomás Branco.


Notas e referências

Resumo biobibliográfico e outras referências a Cláudio Basto, em «0. Introdução», AQUI.
Sob o título genérico «Cláudio Basto e Camilo», foram já publicados, neste blogue, além do referido, os seguintes apontamentos:
- «0.1. – “Notas Camilianas – I”», AQUI.
- «0.2. – “Notas Camilianas – II”», AQUI.
- «0.3. - «Três cartas de Camilo» e «0.3.1. – “Três cartas de Camilo”: “notícia informativa”», AQUI.

2  Alexandre Cabral traça, no seu Dicionário, a biografia deste «engenheiro civil» que participou «nas lutas da Patuleia», alcançando «o posto de alferes», e foi «diretor de obras públicas». Cabral destaca, em particular, as relações de camaradagem e amizade que Camilo manteve com Tomás Branco (1827-1887). No final da respetiva entrada/verbete, encontra-se a única referência que, em toda a sua vastíssima camiliana (ativa e passiva), o reconhecido camilista faz ao investigador vianês: «As cartas do escritor [Camilo para Tomás Branco] foram publicadas por Cláudio Basto, num opúsculo intitulado Três Cartas de Camilo». Regista, ao mesmo tempo, que «o espólio epistolar», trocado entre os dois amigos, «é reduzidíssimo», sendo «conhecidas apenas 5 espécies (3 de Camilo e 2 de Tomás Branco)». E que estas últimas «encontram-se na Casa-Museu de Camilo, em S. Miguel de Ceide», com os n.os 945 e 975», mas que «só a primeira vem registada no Camilo Homenageado», livro para cuja entrada/verbete remete.
Recorde-se, a propósito, que Cláudio Basto, na introdução ao seu opúsculo, regista: «Muitas outras cartas Camilo dirigiu a este seu grande amigo, mas delas não restam, pelo menos que o Sr. Tenente-Coronel Branco saiba, mais do que as três que adiante se reproduzem.» O «grande amigo» de Camilo é, como já se leu no apontamento anterior, Henrique Guilherme Tomás Branco, pai de Alfredo Ernesto Dias Branco (1862-1930?), proprietário dos três autógrafos epistolares camilianos que, «por gentil assentimento» deste tenente-coronel de artilharia, o estudioso vianês publica no seu «folheto».
BASTO, 1917a: 05 e/ou AQUI; CABRAL, 20032: «BRANCO, Guilherme Henrique Tomás», 116-117 e id.: «CAMILO HOMENAGEADO», 151-152]

3  Além do que, sobre este seu amigo, é referido por Camilo, nesta carta e na «crónica» que publicou, no fascículo V de Serões de S. Miguel de Seide, Alexandre Cabral, com base, sobretudo, nesta fonte, resume a «vida atribulada» de Dias Guimarães.
BRANCO, 1886 (V): 07-22]; CABRAL, 20032: «GUIMARÃES, José Maria Dias», 377-378 e id.: «ACADEMIA POLITÉCNICA DO PORTO», 020.

4  Sobre a fundação desta escola superior e sua frequência por Camilo, (re)ler CABRAL, 20032: «ACADEMIA POLITÉCNICA DO PORTO», 020-021 e id.: «ESCOLA MÉDICO-CIRÚRGICA DO PORTO», 310-311.
Julga-se caber, nesta nota, o seguinte reparo: a Academia Politécnica do Porto aparece incorretamente designada, por Emília Nóvoa Faria, como «Politécnico do Porto», em livro recentemente publicado. A imprecisão é tanto mais grave quanto se trata de citação do início da «crónica» que, com o título, aqui abreviado de «O Dias da Feira», Camilo dedica a José Maria Dias Guimarães, no fascículo referido na nota anterior. Compare-se e avalie-se o rigor da leitura e transcrição que, para este efeito, se sublinha:


Cabe referir que a citação e a nota de Faria dizem respeito a carta que António Cabral escreveu, em 1921, a José de Azevedo e Menezes. Este Cabral agradece a oferta do volume Camilo Homenageado, que Menezes havia organizado e editado, aproveitando a ocasião para «esclarecer algumas passagens do livro», entre elas a que diz respeito ao «resumo» da carta n.º 945. Carta esta que Tomás Branco dirigiu ao romancista, em resposta à primeira carta que Cláudio Basto reproduz e comenta, no seu «folheto» Três Cartas de Camilo, e neste apontamento se transcreve e anota.
BRANCO, 1886 (V): 07; FARIA, 2018: 255 e 258, com a nota 294. O «resumo» da carta foi inicialmente publicado em MENEZES et al., 1921: 208, encontrando-se ora reproduzido em FARIA, 2018: 258, nota 293. Sobre o devotado e dedicado amigo de Camilo, o «famalicense ilustre» Azevedo e Menezes, (re)ler CABRAL, 20032: «MENEZES, José de Azevedo e», 506, e FARIA, 2018: «José de Azevedo e Menezes, Guardião de Camilo», VII-XXIII.

5  Sobre a edição e representação destas peças, (re)ler CABRAL, 20032: «AGOSTINHO DE CEUTA (T)», 023-024, e id.: «(O) MARQUÊS DE TORRES NOVAS (T)», 481-482. Leia-se também a nota seguinte (6).

BRANCO, 1886 (V): 11 e 12. Nesta «crónica» dos Serões, Camilo recorda e elogia, com graça, o amigo ator, no seguinte trecho:

«O Dias representava em teatros particulares, umas sociedades de amadores que alugavam o teatro de Liceiras e o de Santa Catarina e o de S. João para as peças espaventosas. Os camarotes regurgitavam de mulheres bonitas, frescas e coloridas quais enormes cabazes de camélias e jasmins, suspensos do teto do teatro como os jardins de Semíramis, ou, melhor comparado, como o jardim das Hespérides, por causa de algum dragão escondido no fundo dos camarotes.
E todas amavam o Dias da Feira, o galã de todas as peças, que faiscava dos seus rutilantes olhos faúlas para todos os corações. Que gentil cabeça! Que valente peito! Que pisar rítmico! A trágica solenidade daqueles passos, o pé direito à frente, o esquerdo arrastando-se nas pontas dos dedos! Os braços cruzados no tórax, as espáduas encolhidas, a dentadura ferina a trincar um ah trépido, prolongado, rouco, numa ondulação de trovoada remota! Que bom! Que pavores nas respirações suspensas do auditório! Que bravos a rebentarem dos peitos em gritos clamorosos, ao passo que as damas, num histerismo de lágrimas, escondiam a sua dor por detrás das barrigas dos maridos, não menos emocionados!
Eu tive um quinhão enorme das ovações do Dias. Ele executou no meu drama Agostinho Ceuta, o protagonista, e n’O Marquês de Torres Novas, a vítima da descaroada Guiomar Coutinho (1849). Fomos ambos sublimes! Eu espatifava a gramática, a história e o bom-senso. Ele espatifava os corações das plateias, remoendo nos dentes as minhas frases até as fazer espirrar grumos de sangue às caras mais insensíveis da Rua das Flores e travessas circunjacentes.» [BRANCO, 1886 (V): 09-11]

7  BASTO, 1917a: 05-06 e/ou AQUI.

8  O artigo de Cláudio Basto é copiado, neste apontamento, na sua versão integral, se bem que fragmentado em trechos, a que se dará, todavia, a devida conexão. Utiliza-se, na sua transcrição, para ser visivelmente melhor reconhecido, o tipo «arial». A carta encontra-se reproduzida em BASTO, 1917a: 07 (fac-símile zincogravado do autógrafo) e 08 (transcrição do mesmo), ocupando, assim, páginas distintas. É, porém, apresentada, neste apontamento, em paralelo (zincogravura vs. transcrição), a fim de se facilitar a sua eventual leitura comparativa.

{9}  Cláudio Basto era contra a publicação de cartas e/ou trechos epistolares camilianos, através dos quais se pudesse «embace[r] o brilho do glorioso nome Camilo». Retoma, aqui, o tópico da sua tese, já exposta e desenvolvida na introdução das Três Cartas, segundo a qual «nada [se deve publicar] que possa ferir a memória do Romancista». BASTO, 1917a: 05 e/ou AQUI.

{10}  Na sua transcrição, Cláudio Basto não respeita este espaço.

11  Traduz-se «T/C» por «Teu do coração». Trata-se de forma de despedida epistolar, frequentemente utilizada por Camilo, em cartas dirigidas a familiares e a amigos mais próximos e estimados. Além disso, a sigla encontra-se também, na epistolografia camiliana, com redação por extenso. Desde logo, como se lerá, na despedida da carta III, dirigida ao mesmo destinatário. Além disso, encontra-se também, por exemplo, na correspondência trocada com os seus generosos e cordiais amigos de Viana, os irmãos Barbosa e Silva, José (1828-1865) e Luís (1825-1892).
BARBOSA, 1919: 6 e passim, 47 e passim; CABRAL, 1984 (I): 44 e passim; id.: (II): 130 e passim; id.: 20032: 66-68; id.:, 20032: «BARBOSA E SILVA, José», 66-67, e id.: «BARBOSA E SILVA, Luís», 67-68; VASCONCELOS, 1991 e 1999.

{12} Este breve comentário de Cláudio Basto a esta carta de Camilo deve ser complementado com outras leituras. A começar, desde já, pela narrativa referida e citada pelo investigador vianês, cujo título original completo é «Capítulo CCCXCIX das “Minhas Memórias de Além-Túmulo” // Ruínas – O Dias da Feira». É a primeira narrativa do fascículo V de Serões de S. Miguel de Seide, a cujos restantes outros seis fascículos (como à própria coletânea), Camilo deu, em acordo, certamente, com o editor – Eduardo da Costa Santos (1840 – 1912) – o subtítulo Crónica mensal de literatura amena – Novelas, polémica mansa, crítica suave de maus livros e maus costumes, gráfica e ilustradamente rodeando o n.º de cada fascículo.


Aconselha- se, a propósito da edição de Serões e das relações que Camilo manteve com Costa Santos, (re)ler as cartas que o escritor lhe dirigiu, correspondência de que José Viale Moutinho publicou uma seleção, em Camiliana (vol. 3), com «fonte» em CABRAL, 1988 (VI). A referida seleção pode ler-se em MOUTINHO (org.) 2016 (vol. 3): 187-219, mas, quanto às que dizem respeito à edição de Serões, (re)ler as cópias n.º 172 (pp. 208-209), 174 e 175 (pp. 210-211), 177 (pp. 212-213) e 183 (pp. 215-216).

Por ser considerada a resposta de Tomás Branco à carta de Camilo, objeto deste apontamento, é de (re)ler, não havendo possibilidade de se consultar o respetivo autógrafo, a sua sinopse, publicada por José de Azevedo e Menezes, no volume Camilo Homenageado, com o n.º 945. Datada de 14 de fevereiro de 1886, o «resumo» é apresentado sob a epígrafe «T / Tomás Branco (Henrique Guilherme)», de que se apresenta a respetiva cópia:

«Carta em que [Tomás Branco] responde a Camilo, dando-lhe informações de José Maria Dias Guimarães, negociante na cidade deste nome, e o qual o signatário encontrou no ano de 1857, em Fermil, no concelho de Celorico de Basto, onde viu o antigo contemporâneo de estudos a vender na feira fazendas brancas e quinquilharias. Mais tarde o homem faliu, e lamentou-se àquele amigo de que foram os desvarios de rapaz que lhe cortaram a carreira de engenheiro. Tem notas a lápis de Camilo.» [MENEZES et al. (org.), 1921: 208. Grafia atualizada. Este «resumo» foi recentemente transcrito em FARIA, 2018: 258, nota 294]

Obs. – É provável que, perante estes frontispícios da obra, Azevedo e Menezes, perante o espólio camiliano recuperado e/ou adquirido, tenha decidido incluí-lo na edição de Camilo Homenageado já impressa de 1920, publicando a sua edição definitiva em 1921, com os respetivos «suplementos».

A corresponder ao conteúdo da carta, verifica-se haver dados sobre a biografia de Dias Guimarães que não coincidem, entre o narrado por Camilo e o informado por Tomás Branco, nomeadamente quanto à naturalidade, apelidos e alcunha de «o Dias da Feira». Tendo-se, não obstante, em consideração a data da carta do escritor – «22/1/86» – e a da redação desta sua da «crónica mensal» – «Janeiro de 1886» –, por um lado, e a data da carta-resposta do amigo Tomás Branco – «1886 - Fevereiro, 14» –, por outro, será de inferir que Camilo não terá recebido, a tempo, os «esclarecimentos, porventura fornecidos» pelo remetente, como sugere, com relativa prudência, Cláudio Basto, no seu breve comentário. Cabe, ainda observar que Alexandre Cabral regista, no seu Dicionário, que a Dias Guimarães, «Em 1885, Camilo traça-lhe a biografia – muito acidentada […].» [CABRAL, 20032: «GUIMARÃES, José Maria Dias», 377]

É muito provável que o escritor, para a composição literária de «O Dias da Feira» se tenha servido, por um lado, das recordações do intenso convívio (de boémia e artístico), durante uma década (cerca de 1845 a 1855) e, por outro, de relatos de (in)certos pormenores vividos, convividos e testemunhados por outros amigos e conhecidos, contemporâneos de ambos. Como anota Camilo e esclarece, na cena que a seguir se transcreve:

«Uma tarde [o Dias da Feira] entrou na loja do livreiro-editor Cruz Coutinho. Vestia o seu casaco muito puído; mas limpo, violentado a luzir sob a fricção da escova. Na lapela do casaco levava o hábito de Cristo. Dizia ele a um seu patrício: Sinto pejo de usar este hábito, quando tenho de dirigir-me a alguém a pedir socorro.(*) O livreiro, que lhe tinha editado o Poder do Ouro, cuidou que o dramaturgo ia fazer alguma proposta gananciosa. O Dias Guimarães descobriu-se e disse: “Ainda hoje não comi: venho pedir-lhe uma esmola.” O editor deu-lhe uma nota de 20$ réis.»

E o asterisco (*) chama o seguinte rodapé: «Informações do meu amigo António Moutinho de Sousa que o conheceu na suprema indigência.» [BRANCO, 1886 (V): 19-20]

Ora, perante o sumariamente exposto neste apontamento, retire o paciente leitor as conclusões que, segundo os seus critérios éticos e sobretudo estético-literários, julgar mais adequados e pertinentes.


Bibliografia [grafia atualizada]

BARBOSA, L[uís] Xavier, 1919: Cem Cartas de Camilo. Lisboa: Portugal-Brasil Limitada.
BASTO, Cláudio, 1917: «Notas Camilianas – I», em Lusa [Ano I, n.º 2, de 01/04, Vol. I]. Viana do Castelo, p. 13.
------------, 1917a: Três Cartas de Camilo. Viana do Castelo: Lusa.
------------, 1918: «Notas Camilianas – II», em Lusa [Ano II, n.º 41 e 42, de 15/11 e 01/12), Vol. II. Viana do Castelo, pp. 137-138.
BRANCO, Camilo Castelo, 1886 (V): Serões de S. Miguel de Seide – Crónica mensal de literatura amena: novelas, polémica mansa, crítica suave dos maus livros e dos maus costumes. Porto: Livraria Civilização de Eduardo da Costa Santos – Editor.
CABRAL, Alexandre, 1984 (I): Correspondência de Camilo Castelo Branco com os Irmãos Barbosa e Silva. Lisboa: Livros Horizonte.
------------, 1984 (II): Correspondência de Camilo Castelo Branco com os Irmãos Barbosa e Silva e com Sebastião de Sousa. Lisboa: Livros Horizonte.
------------, 1988 (VI): Correspondência de Camilo Castelo Branco com Eduardo da Costa Santos. Lisboa: Livros Horizonte.
------------, 20032: Dicionário de Camilo Castelo Branco (2.ª ed. «revista e aumentada»). Lisboa: Caminho. [1.ª ed., 1989]
FARIA, Emília Nóvoa, 2018: Correspondência de José de Azevedo e Menezes (1878-1933) – Volume I: Camilo Homenageado. Vila Nova de Famalicão: Húmus.
MENEZES, José de Azevedo et al., 1921: Camilo Homenageado: o Escritor da Graça e da Beleza. Famalicão: Tipografia «Minerva» de Cruz, Sousa & Barbosa, L.da.
MOUTINHO, José Viale (org.) 2016: Camiliana: Cartas Escolhidas de Camilo Castelo Branco (vol. 3). S/l: Círculo de Leitores.